Estresse Oxidativo: Quando o Corpo Perde o Equilíbrio entre Ataque e Defesa
Por Silviane Silvério
3 de novembro de 2025 | Leitura estimada: 6 minutos
O estress oxidativo é um desequilíbrio orgânico?
Você já sentiu que seu corpo está “enferrujando por dentro”? Essa sensação pode ter uma base bioquímica real: o estresse oxidativo.
Longe de ser apenas um termo técnico, o estresse oxidativo é um sinal de desequilíbrio interno — um alerta de que os processos naturais de oxidação no corpo estão superando nossa capacidade de defesa. E isso tem implicações profundas para a saúde a longo prazo.
O que é estresse oxidativo?
Nosso metabolismo consome oxigênio para gerar energia — e, nesse processo, produz naturalmente radicais livres e outras espécies reativas (como o peróxido de hidrogênio e o peroxinitrito). Em quantidades equilibradas, essas moléculas desempenham papéis essenciais: ajudam na imunidade, na sinalização celular e até na fertilização.
O problema surge quando há excesso de radicais livres ou queda na defesa antioxidante. Esse desequilíbrio leva ao dano oxidativo — um ataque silencioso a lipídios, proteínas e DNA, que está associado a doenças crônicas como:
👉Aterosclerose
👉Diabetes
👉Obesidade
👉Doenças neurodegenerativas
👉Câncer
Nosso sistema de defesa: enzimático e não enzimático
Felizmente, o corpo humano desenvolveu um sistema antioxidante sofisticado, dividido em duas frentes:
1. Sistema enzimático
Inclui enzimas como:
✔Superóxido dismutase (SOD)
✔Catalase (CAT)
✔Glutationa peroxidase (GPx)
Essas enzimas atuam principalmente nas mitocôndrias e no citoplasma, neutralizando radicais antes que causem danos em cadeia. A GPx, por exemplo, depende do ciclo redox da glutationa — nosso antioxidante endógeno mais poderoso — e de minerais como o selênio.
2. Sistema não enzimático
Formado por compostos que podem ser produzidos pelo corpo ou obtidos pela dieta:
✔Vitamina C (água-solúvel, atua em meios hidrofílicos)
✔Vitamina E (lipossolúvel, protege membranas celulares)
✔Carotenoides (licopeno, luteína, zeaxantina)
✔Minerais: zinco, cobre, selênio, magnésio
✔Compostos fenólicos: presentes em chás, especiarias, frutas e vegetais
Importante: antioxidantes não agem isoladamente. Eles funcionam em rede — e, em certas condições (como excesso de ferro), até a vitamina C pode se tornar pró-oxidante.
Como sabemos que há estresse oxidativo?
A ciência conta com marcadores bioquímicos que revelam danos em curso:
✔Malondialdeído (MDA) e F2-isoprostanos → indicam peroxidação lipídica
✔Grupos carbonila → sinalizam oxidação de proteínas
✔8-OHdG → marcador de dano ao DNA
Esses biomarcadores são usados em pesquisas para avaliar o impacto de hábitos, suplementos ou intervenções dietéticas.
Quais os fatores que aumentam (ou reduzem) o estresse oxidativo?
O artigo revisado destaca que nossas escolhas diárias modulam diretamente esse equilíbrio:
✅ Reduzem o estresse oxidativo:
✔Dieta equilibrada e rica em alimentos integrais
✔Restrição calórica moderada
✔Atividade física regular (que, a longo prazo, aumenta a defesa antioxidante)
✔Sono de qualidade e gestão do estresse emocional
❌ Aumentam o estresse oxidativo:
✔Tabagismo (reduz vitamina C e aumenta danos ao DNA)
✔Álcool em excesso (depleta antioxidantes e gera radicais)
✔Dietas hiperenergéticas (excesso de calorias, mesmo sem ganho de peso)
✔Poluentes, radiação e metais pesados
✔Sedentarismo crônico ou exercícios extremos sem recuperação
Curiosamente, suplementos isolados (como altas doses de vitamina E ou C) nem sempre trazem benefícios — e, em alguns casos, podem interferir nas adaptações naturais do corpo.
A ciência aponta que padrões alimentares integrais são mais eficazes do que nutrientes isolados.
Conexão com a visão e o Fígado: ciência e sabedoria ancestral em diálogo
Se você acompanha meus conteúdos, sabe que na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), os olhos refletem a saúde do Fígado — órgão ligado à fluidez emocional e à clareza mental. Interessante notar que, na bioquímica moderna, o fígado é central no metabolismo da glutationa e na desintoxicação de metais como o ferro — justamente um dos principais catalisadores do estresse oxidativo.
Assim, cuidar dos olhos — seja pela lente da MTC ou da ciência — é, na essência, cuidar do equilíbrio interno: da alimentação, do sono, das emoções e da capacidade de viver em harmonia com os ritmos naturais.
Reflexão final
O estresse oxidativo não é um inimigo a ser eliminado, mas um sinalizador de desequilíbrio. Ele nos convida a escutar o corpo, repensar hábitos e buscar prevenção consciente — não por medo da doença, mas por amor à vida plena.
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🌿 Lembre-se: práticas integrativas como a iridologia, a MTC e a nutrição funcional são poderosas aliadas — mas devem sempre caminhar em diálogo com a ciência e o cuidado profissional.
Referência base:
Barbosa, K. B. F. et al. Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores modulatórios. Rev. Nutr., Campinas, v. 23, n. 4, p. 603–614, ago. 2010. Disponível:https://www.scielo.br/j/rn/a/Fvg4wkYjZPgsFs95f4chVjx/?lang=pt Acesso: 6 nov 2025
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Com carinho,
Silviane Silvério
Educadora em saúde integrativa e autoconhecimento
